Por que muitas pessoas têm tudo para viver um casamento feliz, alegre e não vivem? Por que essas pessoas não entenderam que “casamento exige mudanças radicais”. Isso é importante para você que já casou ou para quem ainda vai casar.
Casamento implica em mudanças radicais, vamos abordar 3 delas.
1) Deixar a zona de conforto dos lares paternos para formarem uma nova família.
A Bíblia diz em Gênesis 2.24 “Por isso deixa o homem seu pai e a sua mãe, e se une a sua mulher”, por isso deixa, esse deixar tem três aspectos importantes.
- Deixar geográfico, emocional e financeiro.
Aqui está o segredo para começar bem a escrever uma história de amor a dois, digna de ser contada. Deixar o espaço geográfico. Você se afastará dos seus pais, vai deixar a casa deles, porém nunca irá abandoná-los!
Você já ouviu aquela frase “Quem casa quer casa?”.
Outro dia um pai disse assim para mim:
– A minha filha vai se casar e eu tenho uma casa grande, na minha casa tem vários quartos, minha casa vai ficar vazia quando a minha filha se casar, será que não seria interessante ela vir morar na minha casa junto com meu genro?
Eu respondi:
– Não.
Deus é o idealizador do casamento, e quando Deus criou o casamento ele deixou claro, por isso “Deixa o homem seu pai e a sua mãe” geograficamente, quem casa quer casa, e complica muito, logo no início do casamento, morar com os pais. Por isso eu sempre aconselho os casais de noivos que tenham a casa deles, o canto próprio e o espaço do casal. Isso é muito importante para o amadurecimento, para o crescimento dele como marido e dela como esposa. Isso é o deixar geográfico, “Quem casa quer casa.”
Deixar emocional: Vocês sabiam que algumas pessoas, são emocionalmente dependentes dos pais e isso costuma trazer sérios problemas depois do casamento? São pessoas que se casam e não conseguem cortar o cordão umbilical de dependência dos pais. Isso gera problemas, e isso provoca muitos conflitos. A partir do casamento o marido deve ser a provisão emocional principal da esposa e vice versa.
Deixar financeiramente: Qualquer pessoa que decide casar precisa ter condições financeiras para sustentar a nova família. Falando para o homem: A mulher pode e deve ser auxiliadora do marido. Até financeiramente, porém o provedor é o homem. A responsabilidade repousa sobre o marido.
2 – Assumir a família do outro, como parte da história que vão escrever.
É impossível casar sem levar a família do outro junto? Não. Casamento é como comprar um CD, em que você gosta de uma música só, mas leva as treze para casa. Não tem como casar com ela e não se casar com toda a família dela. Não é possível se casar com ele, e não levar toda a família dele.
Como você trata os pais e a família do seu cônjuge?
Pergunto: Qual é a família que não tem pessoas difíceis? Qual é a família que não tem pessoas problemáticas? Qual é a família que não tem uns “malinhas sem alça com a rodinha quebrada”?
A questão não são eles! É você!
A Bíblia não diz: pague o mal com o mal, mas: “Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12.17, 21)
Tenha os olhos de Jesus, tenha um olhar carregado de graça. E graça é tratar o outro muito melhor do que ele merece ser tratado; é tratar com outro como a gente espera ser tratado, é tratar o outro como Deus nos trata todos os dias,
3) Compartilhar a vida com o outro respeitando as diferenças.
Se não compreendermos, não reconhecermos e respeitarmos as diferenças, construímos o nosso próprio inferno. Estou casado há trinta e três anos, a minha vida é uma benção. Minha esposa e eu vivemos maravilhosamente bem, não porque somos perfeitos, é porque nos casamos com uma predisposição de um respeitar ao outro nas suas diferenças, de um perdoar o outro sempre que necessário e ter paciência com o outro, porque nós somos diferentes.
A minha esposa foi educada de uma forma bem diferente da minha.
No casamento nos comportamos como fomos educados. Leia sobre esta estória:
“Um homem vem de uma família muito bem estruturada, funcional, abençoada, cristã, que ele cresceu em um ambiente saudável, foi mimado pelo pai e pela mãe que cantava louvores a Deus, ninguém gritava naquela casa. Ele estudou em uma escola evangélica, sempre foi tratado com honra, respeito e dignidade. Porém ela não. Pois nasceu e cresceu em uma família disfuncional, o pai era viciado em bebida alcoólica, a mãe não tinha juízo e formavam um casal desestruturado. Foi nessa família que ela cresceu. Quando ela tinha dez anos, o pai traiu a mãe e foi embora de casa deixando ela, a mãe e os irmãos abandonados. Eles cresceram de forma desorganizada, em uma família onde as palavras eram de maldição e praga. Usavam palavrões e ela cresceu nesse ambiente conturbado, quando, aos 20 anos, ela conheceu Jesus, entendeu o evangelho e, aos 21 anos de idade encontrou-se na igreja com aquele rapaz de vida certinha. Eles namoraram, noivaram e casaram“.
Diante desse passado e educação, será que ele pode exigir dela a mesma compreensão do evangelho que a dele? Eles têm o mesmo nível de maturidade cristã? A mesma percepção de fé? Ele pode cobrar dela o mesmo comportamento de alguém que nasceu numa família bem estruturada, abençoada? Não!
Esse marido vai precisar de muita paciência. Isso sem contar que, além das diferenças de origem e educação, homem e mulher são diferentes, o temperamento é diferente, a maneira de perceber o mundo e de interpretar a vida é completamente diferente. Por isso o matrimônio deve escrever uma história de amor, compartilhando a vida com o outro respeitando as diferenças, por isso o lemos na Bíblia::
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece […] tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1Coríntios 13.4, 7)